O algodão orgânico que utilizamos na VEJA é cultivado por associações de agricultores no Brasil e no Peru, que o colhem com respeito às pessoas e ao meio ambiente.
© Studio VEJA
Desde o lançamento do projeto VEJA em 2004, compramos quase 1.270 toneladas deste algodão sustentável diretamente de associações de produtores localizadas em várias regiões do Brasil e na costa peruana.
As secas são frequentes no Brasil. Entre 2012 e 2017, o nordeste do Brasil enfrentou a mais longa seca de sua história. No nordeste do Brasil, há uma chance de 60% de seca a cada estação.
Em 2021, usamos 40% de algodão do Brasil e 60% do Peru devido a outra seca.
Em 2022, compramos mais de 345 toneladas de algodão produzido por 1.035 famílias no Brasil e no Peru. A VEJA pré-financiou até 50% da colheita antecipadamente.
Faz 19 anos que a VEJA compra diretamente algodão orgânico das famílias agrícolas.
Algodão orgânico
2018
© Charlotte Lapalus
(kg por ano)
(R$/KG por ano)
O preço do algodão é acordado antecipadamente com as famílias. Isso garante que os agricultores da ADEC já saibam quanto ganharão por quilo.
Estabelecemos um contrato de 2 anos no início do ano, garantindo a compra do algodão. Em seguida, definimos o preço do algodão para aquele ano no início de cada ano.
Esse preço cobre os custos de produção do algodão agroecológico e permite que os produtores ganhem uma renda decente.
A VEJA fornece 50% da colheita antecipadamente para apoiar essas comunidades.
Apesar da pandemia de COVID-19, garantimos às famílias que compraremos toda a colheita conforme o contrato estabelecido.
Algodão orgânico estocado na ADEC
© Charlotte Lapalus
Em 2022, a VEJA pagou 20,77 R$ por quilo de algodão, o que é quase 3,5 vezes mais do que o preço de mercado.
Em 2021, pagamos 17,14 R$ por quilo de algodão, e em 2020, pagamos 15,83 R$ por quilo.
A VEJA estabelece o preço do algodão orgânico antecipadamente com os produtores. Assinamos um contrato de dois anos, garantindo a compra de seu algodão orgânico a um preço fixo. Isso lhes dá certeza para as próximas 2 ou 3 colheitas e evita a incerteza sobre a venda de seu algodão.
Os preços também incluem um adicional para os produtores implementarem práticas mais sustentáveis.
Todo o algodão utilizado pela VEJA é certificado.
O algodão produzido no Peru é certificado como orgânico de acordo com os padrões europeus e americanos, além da certificação GOTS.
O algodão produzido no Brasil faz parte do Sistema Brasileiro de Garantia Participativa: um método aprovado pelo governo no qual pequenos produtores se certificam mutuamente.
Pedro Jorge
Fundador da Esplar, pioneiro em agroecologia no Brasil desde a década de 1970
© Cédric Amiot
A VEJA trabalha com ONGs que fornecem apoio aos produtores de algodão.
A ESPLAR é uma ONG brasileira fundada em 1974, com sede em Fortaleza, estado do Ceará.
A ESPLAR ajuda os agricultores de algodão dando-lhes conselhos e apoio nos campos.
Eles introduziram árvores de nim para proteger as plantas de algodão naturalmente. O óleo dos frutos de nim mantém os insetos afastados do algodão.
A Diaconia é uma ONG brasileira fundada em 1967. A Diaconia atua em diversas áreas urbanas e rurais para melhorar as condições sociais e ecológicas no país.
Eles fornecem suporte técnico a associações, visitando as fazendas e instruindo-as sobre preços e métodos para cultivar algodão orgânico.
O algodão comprado pela VEJA é orgânico e agroecológico, mas os corantes usados para o canvas não são.
No entanto, a VEJA utiliza corantes convencionais que estão em conformidade com as regulamentações de segurança.
Após o processamento, este algodão é utilizado na maioria dos estilos da VEJA.
Por exemplo, o canvas do nosso modelo Nova-High é feito de 100% algodão orgânico e agroecológico.
Algodão orgânico durante a colheita
Peru, 2018
© Arthur Wollenweber
A província de Chincha fornece algodão com um impacto ambiental mínimo, pois é colhido à mão e não utiliza fertilizantes químicos ou pesticidas tóxicos.
O algodão do Peru é certificado pelo GOTS, o que garante sua rastreabilidade. Ele também é certificado como orgânico de acordo com os padrões americanos e europeus.
A província de Chincha oferece algodão com impacto ambiental mínimo, pois é colhido à mão e não utiliza fertilizantes químicos ou pesticidas tóxicos.
O algodão do Peru é certificado pelo GOTS, garantindo sua rastreabilidade. Também é certificado como orgânico de acordo com os padrões americanos e europeus.
A VEJA utiliza algodão orgânico de comércio justo, pois a maior parte do algodão produzido anualmente em todo o mundo provém de cultivos monoculturais intensivos.
Devido ao uso intensivo de práticas de irrigação e grandes quantidades de poluentes, o impacto ambiental desse tipo de agricultura industrial é desastroso.
Paisagem do Ceará, 2016
© Ludovic Carème
A Agricultura Regenerativa visa melhorar o solo e as paisagens naturais usando métodos tradicionais. Ela promove a biodiversidade, armazena carbono no solo e otimiza o ciclo da água.
Similar à agroecologia, essas práticas focam em preservar e enriquecer o solo, tornando-o mais fértil.
A agricultura de algodão agroecológico, ao contrário de métodos intensivos, integra-se com cultivos de subsistência no mesmo campo, evitando fertilizantes químicos ou pesticidas.
O algodão é cultivado ao lado de culturas como milho, gergelim, arroz, feijão e abóboras, proporcionando diversos insumos naturais para enriquecer o solo.
No Peru, os agricultores cultivam algodão certificado orgânico e regenerativo. Eles recebem apoio em seu processo de certificação e se beneficiam de assistência técnica e financeira para aprimorar sua produção.
Em 2022, 8% do algodão orgânico comprado pela VEJA no Peru é algodão certificado Regenerative Organic Certified®.
O ROC (Regenerative Organic Certified®) é um padrão específico para o algodão, com o objetivo de promover práticas agrícolas regenerativas, garantindo ao mesmo tempo o bem-estar animal e a equidade para os trabalhadores, superando os requisitos da agricultura orgânica tradicional.
Maria Valdenira Rodrigues
Engenheiro agrícola da VEJA
2018
© Charlotte Lapalus
Maria Valdenira Rodrigues e Sr. Chiquinho, ex-tesoureiro da ADEC
Ceará, 2016
© Studio VEJA
Maria Valdenira nasceu em uma pequena vila a 180 km de Fortaleza. Filha de dois agricultores de recursos limitados (seu pai não sabia ler nem escrever). Ela descobriu a agroecologia aos 27 anos durante seus estudos de agronomia.
Em 2007, durante a primeira feira de algodão orgânico na região Nordeste do Brasil, ela conheceu Ghislain e Sébastien, que um ano depois a convidaram para supervisionar a certificação de "algodão orgânico" de seu algodão.
Hoje, Val tem sua própria equipe que a ajuda a apoiar cerca de 1200 famílias de agricultores de algodão orgânico no Brasil e no Peru.
Diário de campo
Ceará, 2016
Este diário foi escrito pelos próprios agricultores de algodão. Nele, eles registram suas atividades diárias, bem como os diferentes sistemas de cultivo múltiplo que utilizam para certificar seu algodão como orgânico e agroecológico.